terça-feira, 3 de abril de 2012

Porque não dancei...

... ou porque realmente eu saí.

Quem não me conhece, ou de alguma maneira vê o outro através das suas próprias lentes, deve estar se perguntando onde esta louca que vos fala estava com a cabeça, quando resolveu pedir demissão de uma grande multinacional, depois de mais de 5 anos de serviço.

Quem me conhece e me ama por quem sou, tirou de letra ;)

Foram questões pessoais e profissionais, mas principalmente, pessoais.

É fácil a gente tranferir a responsabilidade sobre as dificuldades que a gente passa na vida pro outro. Ás vezes, cá entre nós, é do outro mesmo a culpa (esse mundo tá cheio de gente "do mau"), mas porque raios esse outro cruzou justo o seu caminho? Algo precisávamos aprender, ou ensinar. É nisso que eu acredito e foi pensando assim que enfrentei as dificuldades que enfrentei por lá, que não foram poucas: gritos, desrespeito, falta de coleguismo, competição desleal, humilhação, e por aí vai. Não, não sou uma coitada. Mas quem participa (ou participou) do mundo corporativo sabe do que eu estou falando: as pessoas precisam sobreviver, e não medem esforços pra isso. E é completamente possível você sobreviver, e digo mais, vencer nele. No meu ver, você somente precisa de duas coisas:
- ter sonhado com isso
- precisar disso
E eu não tinha nenhuma das duas.

É também bem difícil você conviver com pessoas quem você não conhece fora do ambiente de trabalho por 9, 10, 14 horas por dia, sem se envolver emocionalmente. Admiro e aplaudo de pé quem consegue. É preciso separar o pessoal do corporativo! Mas eu não sou assim, eu não consigo ver a mesma carinha todos os dias e não me envolver emocionalmente... pelo jeito, não fui talhada pra isso. E é só por isso que sinto uma pontinha de dor: no fundo, vou sentir uma falta danada das pessoas.

Não estou nem falando dos meus AMIGOS, pois esses, eu meti na malinha e tô levando junto, queiram ou não!! hauahuah. Mas aquelas carinhas que você vê todo dia, dá bom dia,toma um café, dá parabéns... as pessoas por trás dos números... enfim, tá vendo como eu NÃO nasci pro mundo corporativo?

Fatores pessoais tem de monte, é só escolher: a Alice, o casamento, minha casa, minha saúde, o suporte em casa... pode escolher. Mas o fator pessoal que mais pesou não foi nenhum desses, pois todos se resolveriam se eu tivesse UM fator crucial: perspectiva.

Aquela certeza de que você está plantando algo, e que um dia vai colher. Aquela sensação de dever cumprido, de fazer algo que você gosta, que você nasceu pra fazer...

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(Álvaro de Campos)

Eu preciso de sonho pra viver. E você?

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc é corajosa e guerreira Amandica. Certeza que DEUS vai te mostrar um caminho lindo!
Boa sorte ermana!
Besos no corazón <3
Carolzitaz