Eu não estava preparada
Com 5 meses e meio, ela começou no berçário. Mirradinha como sempre foi, ninguém dizia a força do gênio que tem... passou uma semana calada, a transição pareceu tranquila... só foi mostrar à que veio na segunda semana, quando a mamãe já não estava mais na porta para “acudir” em caso de desespero. Eis que pôs a boca no mundo. E a partir dali, Giu, Vanda e Vanessa souberam com quem estavam lidando: a carinhosa, falante, solidária e, principalmente, geniosa Alice.
Com um ano e pouco ela entrou na escola andando sozinha, pela primeira vez. Demorou em torno de meia hora pra percorrer o curto trecho entre a porta e o berçário, mas fez questão de ir sozinha, só aceitando ajuda em caso de queda. Meu papel se restringiu a evitar boladas e trombões, desviar as pilastras. Por coincidência, a diretora da escola estava mostrando a escola para um casal, bem nesse momento. Me lembro das palavras com nitidez: “Essa é a Alice, que praticamente nasceu aqui. Ela está entrando andando sozinha, pela primeira vez!”. Não sei se fechou a matrícula com o casal, mas propaganda mais acertiva não aconteceria nem se fosse muito bem paga.
Com um ano e meio ela começou a levar a própria mochila. Nao sei se era ela que levava a mochila ou a mochila que levava ela, fato é que a ajuda passou a se restringir aos degraus onde ela entalava. A mochila virou objeto de desejo do G1 e ela não aceitava mais ajuda nem do tio da entrada pra tirar a mochila do carro, era um escândalo toda vez! Ninguém podia tocar a mochila, símbolo de sua autonomia e orgulho.
Hoje, com dois anos e quase 5 meses, ela entrou sozinha na escola. Pegou a mochila na calçada, deu a mão pro tio da porta, entrou, e só lá dentro largou a mão do Rafa pra dizer “tchau mamãe!”
...
Eu fiquei lá parada com aquela cara de quem não entendeu nada, como assim “tchau”, onde você pensa que vai sem mim? O Rafa, vendo meu desolamento, disse “É mãe, eu já sei entrar sozinha, estou crescendo...”. Eu disfarcei minha desconjuntura, passei o portão, dei um beijo nela, disse que a amava e que tenha um bom dia. Ela retribuiu alegremente, virou, deu a mão pro Rafa e foi-se embora, sem nem olhar pra trás.
Eu não estava preparada, como não estava pra todos os momentos descritos anteriormente. E acabo de me dar conta (ou talvez assumir, pois me dar conta eu me dou todo dia), de que tampouco estou preparada para todas as surpresas que terei de hoje em diante. Parte de mim fica feliz por saber que a cada dia, voltarei a ser mais “eu”, e ela será a cada dia mais “ela”, linda e brilhante “ela”; parte de mim quer chorar desesperadamente porque está perdendo o bebê. Esse sentimento dúbio de ser mãe deixa qualquer um louco, acho que deve ser por isso que TODAS as mães que eu conheço são no fundo (ou na superfície mesmo, rsrsr) meio surtadas. Mas a felicidade de ver crescer uma pessoinha tão especial, isso não tem preço.
13 comentários:
Me emocionei amiga.
Imagino como é difícil ver a velha crescer e ficar independente.
Beijos carinhosos.
Mandica, sensacional.
Ela é muito linda!
Bjos.
Titi
Caracoles Dica... arrepiei!
Que venham os próximos!
Bjo bem grande!
assim nóis choraaaa...
Bjo pra ti e pkena gde Alice.
bjoss
Muito emocionante, amei e chorei! Vou acompanhar certeza, minha pequena começou com nem 5 meses no berçario. Que bom compartilhar experiencias de uma mãe tão querida mais "escolada" e não menos desesperada... rs =) Boa sorte nessa nova fase. Saudades Licão ;)
Grande Amanda!
Ela é filha da sua mãe, teremos que nós preparar para grandes façanhas.
Beijos as duas,
Cecilia
Ai que medaaaaaaaaaaa, em pensar que daqui a pouco tempo...estarei me deparando com estas emoções difíceis de lidar.....rsrsrs
Ainda bem que tenho uma amiga expert para me apoiar na hora do surto...kkkk
Olá Mandica,
Me identifiquei muito com seu texto. Estou com minha pequena Nanda de 1.1 ano. Acho que o momento da escolinha está chegando e eu estou ficando com o coração apertadinho.
Tudo que vc descreveu acima demostra o quanto sensível e forte é você. FIco muito feliz pela Princesa Alice de ter uma mamãe maravilhosa. Precisamos fofocar pra falar das pequenas e trocar indicações de escolinhas. Beijo grande. João. Lan e Nandinha.
todas as mães são surtadas, todas as mães são malucas.
Lindo post, emocionei-me às lágrimas.
Beijos na mãe e na filha linda.
Pois é a vida repetindo, voce fez exatamente a mesma coisa só que tinha 04 anos;
bjs
marisa
Herrera, fiquei curiosa em ver a pequena e independente Alice... me emocionei com seu texto e a saudade aumentou bj Evie
Isto é a vida,a sua pequena semente está se tornando uma arvores ,sua função como mãe é lhe dar a maõ,e solta-la quando suas raizes estejan firmes , as sementes só pedem harmonia e amor para receber e poder dar .AMO AS MINHAS DUAS "BAIXINHAS"
Rosemary Dabbur
Olá!
Passei por aqui pra comentar não sobre o que escreveste em seu blog, mas no 'eneaotil'.
Eu me identifiquei muito com sua frase: ..." Você está fazendo a sua parte, mesmo que eles não façam a deles”.
Falo muito isso ao meu marido, ainda acrescento qd ele argumenta com a clássica frase: "mas ninguém faz isso" então eu respondo: que devemos copiar apenas os bons exemplos.
E mesmo que a gente se sinta um grão de areia, ainda assim vale a pena!
Beijos
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